quinta-feira, 1 de março de 2018

Eu voltei...

Em 2018, completo 40 anos de vida. E, sim, a data está mexendo comigo. Muito. Mais ou menos como os 25 anos fizeram. Só que, desta vez, com a diferença que 15 anos fazem na história de alguém. Quanta diferença! Ter consciência de que a nossa realidade depende única e exclusivamente de nós mesmos e que somos protagonistas (e também antagonistas. Lide com isso!) de nossa própria história é uma dádiva. Fazia tempo que não tinha um blog e decidi retomar este.

EURECA
A ideia de retomar o blog veio ontem durante o almoço. Conversava com uma amiga e percebi que fazia muito tempo que eu não escrevia sem ser "sob encomenda". Ser jornalista foi a maneira que encontrei para ganhar a vida fazendo o que eu mais amo, que é escrever, mas ao mesmo tempo também é o motivo pelo qual me distancio da escrita criativa.


TÍTULO
Na maioria das vezes que matava meus blogs (na verdade, às vezes, eu os abandonava até que se perdessem entre as pilhas de textos que tomam o ciberespaço), eu o fazia porque os títulos já não faziam mais sentido. Santa Terapia foi assim. E logo abri este Disponível pro mercado, quando estava em busca de emprego.
Ontem, quando decidi voltar a escrever, fiquei encucada por alguns instantes pensando se não seria o caso de abrir um novo endereço, com outro título, mas não. Disponível pro mercado é um bom nome (clichê, mas legal) e, no geral, sempre temos de estar disponíveis para o mercado: seja em busca de novas colocações profissionais, seja à disposição para aprender, seja com peito aberto para aguentar o que o mercado tem a oferecer. E assim seguimos.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Desculpe, preciso escrever

Tem dias que acordo sem forças, com a sensação de confusão mental. Muitos pensamentos ao mesmo tempo, nenhum completo, nada definido. Na cabeça, há um amontoado como aquela massinha de modelar do espaço infantil do shopping no fim do dia. Sem cor definida, cheia de pedaços de sabe-se lá o quê.

Dias frios têm essa influência sobre mim. De repente, me dou conta de que é um esforço até respirar. Custa para o ar entrar. Dói quando ele passa pelas narinas. O peito está sem espaço para ele chegar. Apertado.

Sair da cama leva muito mais tempo que o normal. O café da manhã, atônito, demora. Quando vejo, já é hora de estar no ponto de ônibus e eu ainda estou com a xícara quase cheia nas mãos e o pão mordido, pela metade.

Sim, em dias assim, só a escrita me salva. Deve fazer uns 20 anos que descobri o poder que transformar pensamentos disformes em textos escritos têm sobre mim. Estava saindo da minha primeira grande crise de depressão. De repente, percebi que aquilo tudo que estava na minha cabeça precisava sair de alguma forma.

Peguei um caderninho que havia ganhado no meu aniversário de 15 anos. Tinha uma linda bruxinha na capa, lembrando meu apelido na escola. O primeiro texto retratava meus medos. Não lembro bem ao certo o que dizia, mas recordo que fiz questão de falar do meu medo de fogo. Fobia que tenho até hoje e nunca fui atrás de resolver (afinal, por que raios tenho de perder o medo do fogo? Só se eu quisesse ser bombeira, mas não vem ao caso).

Desde aquele, foram vários caderninhos. Uns seis ou sete. Até que a internet nasceu e com ela os blogs. Desde então, é nestes sites com pouquíssimos acessos que discorro sobre meus medos. E agora me dei conta de que, no fim, percebo que todos os meus textos são como aquele primeiro. Sobre meus medos.

Recentemente descobri que, quando era repórter, um assessor de imprensa, antes de me ligar, olhava meu blog para saber que humor esperar de mim. É, essa sou eu. Transparente nas páginas que escrevo. Estou inteira aqui. E só assim sigo em dias como hoje.

Às vezes, é preciso parar o trabalho no meio, esvaziar as emoções e voltar para o centro. Sem esse recurso, com certeza já teria enlouquecido. Desculpe, preciso escrever.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Quero ganhar leveza de presente

Este ano, de presente de aniversário quero leveza. Não apenas do corpo físico, que nos quilos a mais tem refletido os meus sentimentos, mas leveza de espírito. Quero deixar de carregar o que pesa na minha vida. Sair por aí só com a roupa do corpo, sem precisar de bagagem desnecessária.

Quero que fiquem para trás as toneladas de culpa, de tristezas, de inseguranças... Deixar para lá a autocobrança, a autocrítica, a autopiedade. Ser alguém mais leve em todos os sentidos. Sem o peso que tenho carregado por 35 anos.

Minha meta para meu ano novo é ter sempre disponível a leveza de um sorriso, de uma palavra amiga, de um ponto de vista positivo. Esquecer o peso da negatividade, abandonar as pessoas que são como pedras na alma, eliminar relacionamentos sem futuro...

Quero chegar aos 37 com 10 toneladas a menos!

sábado, 15 de março de 2014

Sejamos coletivos

Na adolescência, minha música preferida tinha um refrão que dizia: "me obrigue a morrer, mas não me peça pra matar". Por mais que a ideia me pareça utópica hoje, ela ainda molda muitas das minhas atitudes. Parte pela minha baixa auto-estima, parte porque eu vejo nesta afirmação a possibilidade de um mundo melhor.

Se tem algo que me incomoda muito nas pessoas é o egoísmo generalizado. E vivemos numa época muito egoísta. Todos no mesmo ambiente, mas cada um com seu próprio celular,escutando sua própria música, resolvendo sua própria vida, mostrando-se nas redes sociais muito mais bem resolvido do que realmente são (ao que parece, se não está nas redes sociais não aconteceu, mas isso é uma outra conversa).

Eu tenho uma meta revolucionária diária que é cumprimentar cobrador e motorista de todo ônibus que tomo. Já pensei em contar quantos me respondem. Tão poucos. Alguns olham de cara feia, parecendo pensar "bom dia para quem?". OK, amigo, eu também preferia estar na praia e, apesar de ter duas faculdades, acredite, meu salário não é assim tão maior que o seu. Mas cá estamos na metrópole cinza. E se a gente olhar apenas para o próprio umbigo vai ficar ainda mais difícil de viver aqui.

O próprio uso do transporte público faz parte da minha bandeira "sejamos coletivos". Eu sempre defendo que se 18 milhões decidirem pegar o carro para se locomover, não sairemos do lugar. Mas parece que meu discurso é coisa de gente pobre que não tem dinheiro para comprar um carro ou pagar a gasolina. Ou que eu só digo isso porque moro bem, afinal perto da minha casa é diferente, os ônibus são ótimos...

A verdade é que é mais fácil ser egoísta. Muito mais confortável para mim pensar nas minhas vantagens. Mas este é o mundo que queremos? A gente quer cada um no seu canto, em uma disputa eterna por espaço e atenção? Não seria melhor um mundo onde todos tivessem um pouco menos, mas vivessem felizes?

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Onde isso vai parar ou o post dos clichês?

Talvez seja só a idade chegando, mas eu tenho percebido muita violência ultimamente. Sem nenhuma perspectiva de melhora para um futuro próximo, isso me apavora. Parece que todo mundo resolveu que se ganha argumentação no tapa. Não basta a gente viver com medo da "bandidagem", para usar um termo da moda, agora temos que aguentar "a gente de bem querendo fazer justiça com as próprias mãos". Sério? Em 2014?

Ninguém em sã consciência acha que este País é um bom lugar para se viver. Sim, há muitos problemas, mas se todo mundo começar a impor sua opinião pela violência o negócio vai ficar ainda pior. Quando foi que o diálogo deixou de ter valor?

Minha experiência no jornalismo me faz entender que ano eleitoral é sempre um caos. Tende ao inferno. Quem está no poder quer queimar o filme da oposição. Quem está na oposição quer ver o circo pegar fogo. No meio disso tudo uma gente que defende ideais como se fossem verdades absolutas. E assim o caos vai reinando...

Um amigo lembrou que se colocarmos em prática o "olho por olho..." daqui a pouco estaremos todos cegos. Ele mesmo observou horas depois que já estamos. Mais que isso, estamos todos donos da verdade.

Seria ingenuidade da minha parte culpar as redes sociais pelo fenômeno de ver no outro todos os problemas do mundo, mas não há como negar que no Facebook é mais fácil acusar todo mundo sem olhar o próprio rabo. Não há dúvidas.

Seria bem mais simples se as pessoas aprendessem a se colocar no lugar do outro. É só não fazer para o outro o que você não quer que façam para você. Ou para a sua mãe. Ou para seu irmão. Mas as pessoas não têm mais esta preocupação. Parece que perderam a capacidade de ouvir, de observar, de sentir.

Cada "eu" no centro de seu próprio mundo. Com todo o empoderamento que "ter toda razão" lhe dá. Para que ponderar? Talvez este seja mais um dos defeitos que o jornalismo me proporcionou: ouvir o outro lado.

domingo, 19 de janeiro de 2014

It is not right. Not even ok

Você percebe que algo está errado quando você passa a semana esperando as folgas do fim de semana, mas passa o sábado e o domingo deitada no sofá sem ânimo para nada, assistindo a filmes hollywoodianos que reafirmam seu status de loser. Os mesmo que ensinaram os padrões impossíveis que almejo.

Não está certo passar a vida esperando a vida passar. E não é de hoje que estou assim. Há muito tempo não me sinto feliz. Achava que era o cansaço, mas depois das férias o desânimo continua. Por mais que eu esteja evitando, talvez seja a hora de voltar para os remédios.

Se eu pudesse correr, talvez conseguisse ao menos me animar com alguma coisa, Mas acho que vai levar um meszinho para eu conseguir fortalecer o meu joelho e poder voltar para a pista. Até lá, só chocolate não vai ser suficiente para minha carga de endorfina.

Se ao menos tivesse uma meta que me desse vontade de realizá-la, mas nem planejar o que eu quero eu consigo. Nem disposição para descobrir meus objetivos eu tenho. Quero dormir e chorar. Só isso.

domingo, 15 de dezembro de 2013

A lista

Chega dezembro e eu sempre tenho vontade de fazer uma lista de metas para o ano seguinte. Acho importante dividir a vida em pedaços. Anos são bons períodos de tempo. Dá para fazer muita besteira e consertar tudo em 12 meses. Mas também dá para carregar todos os problemas para o ano seguinte e aguentar as consequências...

Já tenho alguns planos para 2014. Uma mudanças na vida pessoal, melhorar na vida profissional e, como nos últimos tempos, minha lista também ganhou a área da corrida, para o ano que vem, minha meta esportiva é correr 10 km em até 1 hora. Meta agressiva para quem encerrou o ano fazendo metade de uma meia maratona (que tem pouco mais de 21 km) em 1h13'.

Dezembro também é tempo de fazer balanço. E no geral, apesar de muita gente ao meu redor reclamar de 2013, para mim foi um ano bom. Consegui me adaptar ao emprego novo (embora não tenha certeza se o emprego novo se adaptou a mim e sempre sinta que vá ser demitida a qualquer instante), mudei para a casa dos meus sonhos com o marido dos meus sonhos, estou adotando uma filhotinha de gata pretinha... Nada a reclamar.

Se 2012 foi um ano de aprendizado, 2013 foi um ano de amadurecimento. Acho que a crise dos 35 me ensinou a apertar o "foda-se". Difícil tarefa para mim. Ainda sou megadramática em quase tudo, mas acho que já melhorei bastante.